viernes, 3 de octubre de 2008

Sorriso

Era fácil. Era só subir as escadas e encher a mala com algumas peças de roupa, a escova de dentes, um pente, um par de sapatos, e acabar com aquele jogo que iniciou há dez anos atrás, e que nao havia vencedores, só derrotados. Mas a falta que sentiria de Julia nao o permitia chutar o balde. O sorriso daquela pequena salvava vidas, evitava guerras, movia mercados, causava tremores, descubria curas, ligava a tv. Era o seu universo. Quanto à Laura, já sabia que podia viver sem ela, e muito melhor. Só sentiria falta do seu bolo de maça. E nada mais. Já estavam cansados das mesmas brigas de sempre, os mesmos motivos de sempre. Nao se lembrava da última trepada que deram. Mandou que procurasse um médico: nao era normal dezessete meses de dor de cabeça. Enfim…
Trabalhava na livraria de um amigo de seu pai. A coisa tinha ficado feia na firma. Demissao em massa. Cento e cinquenta novos números nas estatísticas do seguro desemprego, das violencias de genero, dos catadores de comida, dos vagabundos de saída de igreja, dos suicidios, dos assaltos a pequenos comercios, dos divórcios, da inadimplencia, e das demais merdas que nos fazem engolir. Essa é nossa parte do bolo. O que nos toca.
Nao dormia bem, nao comia bem, apenas caminhava. O caminho até o trabalho era longo, mas era sua terapia. Ia pensando no que tinha feito de errado para sua vida ter se transformado na merda que era. Tinha parte da culpa, e sabia. Tinha tirado Laura da casa de seus pais com dezenove anos. Se apaixonou por aqueles peitos duros e aquelas pernas grossas. Casou por tesao. E agora que os anos de casamento acabaram com o semblante juvenil da mulher, já nao sabia o que havia. Mas havia Julia. E isso era tudo.
Filosofia, arte, esportes, dança, exoterismo, auto-ajuda. Tudo estava em seu lugar. Levava a livraria em ordem, embora estivesse com a cabeça em outro lugar. Sabia que nao podia perder aquela boca. Nao ganhava bem, mas era o que havia de momento. Aquele dia foi comunicado que teria um companheiro de trabalho, e teria que ensinar o funcionamento da livraria. O medo de que pudesse estar sendo substituido o fez lembrar das filas das agencias de emprego, do desespero de estar sem nada para fazer, das cobranças da mulher, e o medo de voltar a beber para esquecer…
Sua vida pode se resumir num antes e depois da entrada de Angela na loja. O chefe vem e lhe apresenta a que seria sua companheira de trabalho, a que deveria ele ensinar tudo o que sabia. Alta, loira, olhos dum azul nunca visto por ele antes, e um par de peitos e pernas que lhe fizeram voltar no tempo e sentir aquele desejo que antes sentia por Laura. Se apresentou com um amistoso e balbuciado “bom dia”.
Estavam sempre juntos. Ela fazendo perguntas sobre os livros, sobre procedimentos, e ele, sem conseguir tirar os olhos daquele rabo, daquelas panturrilhas. Ah, aquelas panturrilhas. Dizia seu pai que a uma mulher bastava olhar as panturrilhas para saber se era boa de cama. E ela deveria ser.
No final do dia voltava à casa. Laura o notava muito calado, mas com uma cara diferente. Nao estava muito atento, nem mesmo quando Julia lhe preguntava algo.
Ele, imaginando que a essa hora, aquele corpo estaria metido numa camisola rosa, mostrando todas suas curvas, sozinha numa cama de casal, esperando um macho que pudesse metê-la sem escrupulos, sem pudor. Imaginava suas maos metidas entre seus cabelos, puxando com toda força, enquanto gozavam juntos, ela de quatro, ele esgotado de tanto prazer. Tomou uma ducha fria, se maturbou e foi dormir.
O movimento era fraco aquele dia. Fazia frio, mas mesmo assim o decote do vestido de Angela era no mínimo provocativo, para nao dizer indecente. Explicava a ela o funcionamento do programa da livraria, atrás do balcao. Nao imaginava que aquele livro de biologia que caiu mudaria toda a sua vida. Angela se ajoelhou para pegar, e antes de levantar, parou na altura de sua cintura, e olhou nos seus olhos fixamente enquanto baixava o zíper de sua calça. Seu pau doía de tanto tesao, e ela, sem tirar os olhos dos seus, mamava com devoçao, com ternura, com carinho, disfrutando daquele momento. Nao se aguentou e gozou na sua boca. Ela engoliu. Nao havia ninguem na loja. Rapidamente fechou a porta, colocou um cartaz de volto já, e até com certa violencia, a colocou de quatro sobre pilhas de livros numa mesa do centro da livraria. Ali gozaram juntos sob olhares de Hermingway, Bukowski, Machado de Assis, Luís Fernando Veríssimo, Paulo Coelho e Eduardo Galeano.
Viveram um mes louco, trepavam todo dia depois do expediente na livraria ou na casa dela. Estava louco por ela, pelo seu jeito, e de como modificou sua vida. Vivia sozinha numa casa pequena, mas ajeitada. Seus pais tinham dinheiro, pagavam seu aluguel. Chegava em casa mais tarde. Contagem de estoque, dizia. De verdade estava mais feliz, mais aberto, brincava mais com Julia. Laura sabia que só podia ser duas coisas: dinheiro ou mulher. E o que recebia nao era motivo para muita festa…
Sentiu-se surpreso e até certo ponto ofendido, o dia que Angela pediu que viesse a viver com ela. E mais surpreso ainda quando ela sugeriu que a unica maneira de viverem felizes, eles e Julia, era livrando-se de Laura. O poder de convencimento dela era surpreendente.
Doía o coraçao fazer isso, mas era preciso. Sua vida necesitava.
No outro dia, aproveitou por um momento que ela foi até a sala e na cozinha pegou a primeira faca que encontrou e, sem rodeios, num acesso de loucura, tapou-lhe a boca, e pensando no que disse Angela, puxou sua cabeça para tras enquanto abria seu pescoço, decidido de estar fazendo o correto e mudando o curso da sua vida. Estava chovendo. Os pingos de chuva lavavam os restos de sangue juntamente com sua alma. Chegou em casa, abriu a porta e sentiu o cheiro doce do bolo de maça de Laura. Foi até a cozinha, a enlaçou pela cintura e lhe deu um beijo na nuca. Julia brincava na sala com suas bonecas. Ao ver seu pai, sorriu. Aquele sorriso salvava vidas.

domingo, 25 de noviembre de 2007

Soldados

esquentou o café. gostava bem doce. para acordar, dizia. fazia uns quatro graus. segurava um copo de aluminio para aliviar o frio que sentia nas maos. alice ainda dormia com pedro nos braços. o pequeno teve pneumonia ha uns tres meses atrás, justo quando carlos perdeu o emprego na fabrica de tintas. agora lutava até a morte com outro punhado de desempregados, e apostadores de cavalos, e estupradores, e viciados, e batedores de carteira, e ex-motoristas de onibus, para descargar caminhoes que chegavam cedo ao mercado municipal, e depois conseguir levar os restos para casa. todos na mesma maré que cada vez crescia mais e um dia iria afogar na merda à todos. nao queria estar ali para ver.
marcava cinco da manha. ainda tinha uma hora. ligou o radio. tocava uma conhecida cançao, dessas de abertura de novela. lembrou de quando conheceu alice. seu corpo bem distribuido, umas pernas que faria qualquer um matar por elas. aquela vez que treparam no banheiro no casamento da irma dela, com todo mundo vendo. lhe dava tesao isso. eram tempos loucos. tempos em que nada existia, só a necessidade de estarem juntos. nao sabiam nada de nada, dos preços do supermercado, dos juros dos bancos, das pré-estréias dos filmes, de testes de bombas no deserto, da queda do dólar, dos cambios frequentes de temperatura, bloqueio do transito por una nova passeata de desempregados, enfim, toda a merda que faz com que nos levantemos todos os dias a lutar e permanecer de pé.
depois que pedro nasceu, nao sabia porque porra ela tinha mudado. seus traços, seu compartamento. como culpando ele da merda de vida que levavam. uma boca a mais para comer, e que chora. às vezes nem o deixava dormir na cama. pedro completou tres anos por esses dias, e pediu um desses bonecos soldados que vem com tanque e tudo. algumas vezes pensava que isso era uma estrategia do governo. dentro de quinze anos pedro estaria como o seu brinquedo nas maos deles, com merda até o pescoço, comendo essa mesma merda e violando asiaticas ou paquistanesas, ou qualquer outra em algum país, matando por um punhado de velhos cheirando a naftalina e esperma de assessores, dentro de uma sala tomando um bom conhaque e fumando um bom charuto.
nao comprou. a verdade era que nao tinha nenhum puto centavo no bolso. e a historia da ideologia, dos soldados e toda essa merda, nao tinha convencido a alice. desde entao ela só se referia a ele como inutil. e ele nao respondia. sabia que era verdade.
pegou o 336 na hora exata. o cobrador tinha estudado com ele os ultimos anos do colegio. todos diziam que ia ser presidente da republica um dia. estava sentado agora em seu despacho, com uma barra de ferro ao lado do banco. era uma linha dura. toda noite assinava mais um decreto nas costas de algum vagabundo que vinha tomar o dinheiro da uniao. era o que ele dizia. na verdade estava meio louco. o que importava era que ele o deixava passar por cima da catraca. por uma divida de uma briga que carlos comprou por ele na escola. carlos nao se lembrava. dava no mesmo. a passagem tinha subido muito nos ultimos tempos.
estava de pé atrás. só podia passar para frente no ultimo ponto, justo no mercado. nao ia discutir com o presidente por isso. ia um cara do seu lado fedendo a merda, daqueles tarados que ficam esfregando seu pau nos braços das mulheres que estao sentadas próximos ao corredor. o presidente mandou parar o onibus e, com a ajuda da barra de ferro, quebrou o braço daquele filho da puta e o jogou para fora. o onibus ja tinha rodado 100 metros. carlos olhou para trás e viu como o enfermo entrou no onibus de trás.
no mercado havia poucos caminhoes. o que aumentava a concorrencia. fumou um cigarro vendo enquanto três caras quase se matavam a socos disputando um caminhao de cebolas. esse era o preço da dignidade de muitos que ali estavam. um caminhao de cebolas. um cara se aproximou e pediu um cigarro. ficaram fumando mais um tempo, enquanto se decidia quem era o chefe da manada. ganhou um alemao, desses que a gente reza que nunca cruze nossas vidas.tinha uma grande cicatriz na cara. era conhecido na área. uns diziam que já havia sido supervisor de uma merda qualquer. todos eram.
um tempo depois o bando avistou um caminhao pela avenida central. os ânimos começaram a esquentar. segundo round de uma luta que parecia nao ter fim. nem ganhadores. ficou despreocupado. conhecia o velho do caminhao de laranjas que chegava. gostava de carlos. dizia que se parecia a um filho, ou primo, sei lá, que tinha ficado louco numa dessas guerras. a única diferença desse cara para cada um deles, é que o primeiro recebia uma boa pensao do governo. quanto a loucura estavam iguais.
descarregou durante uma hora. o velho lhe deu trinta pagos. nao estava mal. tinha feito uma abertura na sola do sapato onde levava o dinheiro até a casa. trinta contos era uma boa quantia. bob caiu semana passada por menos. haviam dado um navalhaço no pescoço do rapaz. bob era esperto, mas nao o bastante. era um cara novo com uma pensao para pagar. tinha planos. ficaria mais dois meses juntando o que pudesse. ia comprar uma moto e trabalhar de entregador. era um lenço de seda no meio de trapos sujos que limpavam aquela máquina e a fazia sair adiante, para mais tardes serem devorados por ela.
subiu pela central até a rua oeste. Ainda estava frio, mas o sol da manha o confortava. Não iria esperar outro caminhao. Pensou no quanto valia a merda da vida que levava. Gostava do pequeno, se parecia a ele, Quanto a Alice, sabia que não o amava mais,que o que tiveram já se havia perdido há muito tempo. Muito por culpa dele.
Ouviu que lhe chamavam. Deu a volta e sentiu o aço penetrar sua barriga num golpe forte. Caiu no chao molhado com o blusao empapando de sangue. Tinha dado um cigarro àquele canalha naquela manha. Buscava nos bolsos de sua calça o dinheiro do dia. Trinta contos. Agora sabia o que valia sua vida.
Fechou os olhos e esperou que o outro se fosse. Reuniu forças e se levantou. Sangrava muito. Tirou o blusao e deu uma volta forte na altura da ferida. Era um belo buraco. Coisa de artista. Alguns quarteiroes e estava em casa. Perto dali havia uma pequena loja de brinquedos. Lembrou que de pequeno passava o dia na rua chutando uma lata, ou rodando um pneu, ou apostando corridas por caramelos. Eram tempos difíceis, mas felizes. Entrou na loja quase sem forças, meio tonto. Deixava rastros de sangue por onde passava. Um vira-lata, desses pequenos, magro de fome e de sarna, o seguia. Dois perdedores, cada um a sua maneira. O segundo não tinha culpa. Apontou para um desses bonecos de soldados, de plástico, que estava na vitrine. O dono, um velho que parecia irlandes, ou alemao, a essa altura dava no mesmo, mordia um bom sanduiche de pernil. Limpou os dedos sem tirar o olhar de Carlos. Viu o sangue e pensou em chamar a polícia. Carlos pôs sobre o balcao os trinta pagos, já vermelhos. O velho lhe alcançou o brinquedo com uma cara que pareceu naquele momento a de Alice. Uma mistura de ódio e nojo. Deu a volta sem esperar o troco. Sabia que não iria precisar. Um quarteirao mais e estava em casa. O cachorro seguia a seu lado, lambendo o rastro de sangue que Carlos deixava. Entrou sem fazer barulho, com os olhos semi-abertos. A ferida queimava. Alice estava no banheiro, o pequeno via televisao. Um comercial de um circo que chegava na cidade. Pensou nos palhaços. Sempre teve medo deles. Nunca foi ao circo por isso. Deixou o boneco na mesa. Saiu e sentou numa velha cadeira a frente de casa. Com o cachorro deitado em seus pés, acendeu um cigarro. Deu uma tragada e sentiu o vento frio cortar sua cara. Duas crianças passaram correndo atrás de uma bola. Viu o cao se afastar e segui-las. Antes de morrer ouviu o pequeno dizer pra mae, enquanto abria o brinquedo, que quando crescesse queria ser soldado. Eles venceram.

viernes, 9 de noviembre de 2007

Blusa de Seda

Peter saiu por volta das sete da noite. O dia tinha sido razoavel, mas cansativo. Tony tinha ficado só até as quatro. Fazia ja uns meses que aquele maldito filho da puta nao parava de empilhar folhas na sua mesa. Aquele dia tinha deixado o escritorio no horario normal. foda-se relatorios e demais burocracias pelas quais lutamos e morremos todos os dias. Deus salve a America.
Passou pelo Barney´s e pediu um whisky com soda. Fazia tempo que o trabalho nao o deixava passar por ali como antigamente, mas nada tinha mudado muito. Os mesmos fregueses de sempre, os mesmos perdedores, incluindo-se ele, talvez o principal. De vez em quando aparecia uma mulher por ali, algo que se diferenciasse, algo que pudesse se chamar de mulher e que apestava a esperma num raio de quatro quilometros. Era esse o tipo que aparecia. E sempre tocava a um dos perdedores subir ao banheiro do barney´s, entre vomitos e restos de merda, e deixar ali, em cinco minutos da pior mamada de todos os tempos, um pouco de porra e alguns dolares.
Pagou o whisky e deixou o troco. O dinheiro estava acabando e a merda de salario que ganhava nao dava para satisfazer os caprichos de Candy, que habia casado com o chefe da seçao, e que agora era um subordinado do sobrinho de um tal senador que nunca tinha-se ouvido falar. Tinha que fazer algo. Ha tempos que tentava cancelar os cartoes de credito da mulher, mas ela ameaçava em ir embora e levar Julia com ela. Como se tivesse algum tipo de amor por aquela pequena. Decidiram adota-la porque Candy nao queria filhos. Candy nao queria desfigurar seu corpo. Aquele ultimo ano passou rapido e ele parecia ter envelhecido dez. Se notava seu cansaço. A rotina do trabalho, a falta de carinho de Candy. Trepavam uma vez por semana, nada mais. Ele tinha engordado, deixado a academia. O unico que mantinha sua familia unida era Julia. No mes passado começou a ir a escola. Ele e a mulher abriram uma tregua em sua guerra particular por aqueles meses, para disfrutar daquele momento, ele mais que ela, mas por algum tempo, tudo pareceu voltar aos tempos em que era chefe. Até trepavam mais, nao o suficiente, mas um pouco mais. Ele necessitava desfazer-se dos problemas do trabalho, e muitas vezes tinha que ir ao banheiro masturbar-se por que Candy nao tava a fim, mas naqueles meses estava melhor a coisa. Até o dia em que passavam por uma loja e ela viu uma blusa de seda, uma maldita blusa de seda que valia metade do seu salario. Nao invente de entrar nessa merda de loja, advertiu ele. Ela entrou, e nao só entrou, a cadela, como também provou a blusa. Ele entao viu o tamanho da sua impotencia como marido, e, nao tendo mais remedio, humilhado, fez o pagamento no caixa. Nao sabia porque havia feito, mas fez...
Chegou em casa pelas oito. Ainda faltavam anos de hipoteca. Havia caído no conto, logo ele. Agora comia a merda que o banco lhe colocava no prato, todo mes. Foi a cozinha, abriu a geladeira, cortou um pedaço de queijo, colocou dentro duma fatia de pao, e se deu conta que era a primeira refeiçao que fazia no dia. Com razao aquela maldita gastrite lhe matava todos os dias um pouco mais. E as declaraçoes de renda. E os filmes dublados.
Ouviu um barulho estranho no quarto. A janela que ficava no andar de cima estava aberta. Caralho. Na vizinhança a sua casa era a unica que nao havia sido forçada. Pegou a faca e subiu as escadas. Foi ao quarto de Julia. Sem fazer barulho, viu que a pequena estava vendo televisao e nao notou sua presença. Se a tocassem, ó Deus bendito, eu mato, juro que mato...Foi ao quarto, a porta estava entreaberta...
Com a faca ainda ressentindo a queijo, puxou a cabeça de Tony para trás e lhe rasgou o pescoço de orelha a orelha. Nao deu tempo do infeliz soltar nenhum gemido. O sangue jorrava sobre Candy, que de olhos fechados disfrutava do prazer que o corpo ja sem vida de Tony lhe proporcionava. Quando abriu os olhos, Peter tapou-lhe la boca e com um forte golpe lhe cravou a faca bem no coraçao. Esperou alguns segundos. Nao tinha certeza se aquela puta tinha alguma coisa batendo naquele peito.
Jogou tony para o lado, foi até o armario, buscou a blusa de seda e vestiu o corpo sem vida de candy. E ali mesmo, num acesso de loucura e tesao, a violou. Tendo o melhor sexo que ja tiveram juntos. Gozou sobre seu peito, e ficou por um tempo vendo aquela mistura de porra e sangue. Ela estava linda. Especialmente linda essa noite.
Foi ao banheiro, tomou uma ducha, foi ao quarto da pequena e se sentou ao lado dela. Ficaram por um tempo em silencio vendo desenho na tv. Um gato perseguia a um rato. Abraçou ela contra seu ombro, lhe beijou a cabeça, e foi a cozinha preparar um sanduiche de peito de frango com queijo para Julia. Seu preferido. Deveria estar com fome.